sexta-feira, agosto 30, 2002

Nem tudo o que luz é oiro


A propósito da cimeira de Johannesburgo, li um texto de CARLOS VOGT, Presidente do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Unicamp.
De todo o longo e útil texto retenho: "... não basta decompor analiticamente o todo em suas partes para chegar à plena compreensão de seu funcionamento".
O fascínio da ciência, (a luz da modernidade), leva a supor que sim, isto é, que basta decompor o todo em partes para depois arranjar uma explicação das coisas... decompostas. E como a explicação resulta, (o oiro da modernidade) conclui-se muito cientificamente que o que ainda não tem explicação aguarda melhor oportunidade para se... decompor e... finalmente ser explicado. E de decomposição em decomposição, isto é, de explicação em explicação, TEMOS O AMBIENTE QUE TEMOS, MAS NÃO SOMOS O QUE GOSTARÍAMOS DE SER.
Insisto: ser ou ter, eis a questão. Será que ainda há tempo (e se houver tempo, ainda haverá coragem?) de deitar fora o supérfluo acumulado e reaprender a gostar de ser amante despojado da vida? Dizem que nem tudo o que luz é oiro, mas parece que tudo o que balança, cai.