segunda-feira, setembro 16, 2002

Encontros do terceiro grau


É o subconsciente colectivo que conserva a memória dos homens. Não há que ter medo, por isso, de máquinas inteligentes, porque o homem evita nelas, o que alimenta em si próprio, ou seja, o acumulado recalcamento emotivo com que a humanidade vem disfarçando a inépcia da inteligência para se explicar a si mesma.
Um computador não passa de um controlador mecânico do “vírus” da inteligência... A memória das máquinas acabará por se apagar irremediavelmente.
E se a história se redimir com encontros do terceiro grau, não será porque as máquinas inteligentes aproximem as galáxias, mas por nelas viajarem homens emocionados ao encontro de outros homens igualmente prenhes de memória colectiva.

sábado, setembro 07, 2002

Longe da vista, longe do coração e... vice-versa


Fala-se muito em crise de valores, mas nunca houve tantos. Há valores a dar com pau... Incontáveis, tantos quantas as pessoas. Até temos uma imagem consensual dos valores: a caminhada ascensional da base para o cume. É no cimo que se encontra o busílis da caminhada: a linha das duas vertentes da montanha separa muitas vezes valores inconciliáveis, como vida vs morte, ter vs ser, liberdade vs honra, enfim, o mais do que provável dilema de ter de dizer não ao intolerável.
A crise passa então dos valores para a crise dos critérios. E mais uma vez a proliferação dos ditos: - cada cabeça, cada sentença. Ao sabor dos interesses, todos muitíssimos legítimos e/ou legitimáveis. Perto da vista, (um horror, as bandarilhas...), perto do coração (bárbara a estocada no touro...), mas o contrário também dá, longe da vista (o embrião não é pessoa...), longe do coração (o aborto asséptico numa unidade hospitalar)
Prega Frei Tomás... Olhemos para o que ele diz e para o que ele faz e... tenhamos a coragem de tomar decisões através de critérios que nem sempre compatibilizam vida e liberdade, honra e eficiência, conforto e dignidade.