sábado, julho 27, 2002

Noves fora, nada...


A propósito das contas públicas, lembrei-me do meu primo Zé Inocêncio, companheiro de instrução primária. Quando aprendeu a prova dos nove, nunca mais errou uma conta: espalhava um número ao calhas entre as parcelas para em cima de um traço aparecer por baixo o mesmo número que aparecia em cima. Meu primo foi para o Brasil cozer pão e... com os noves fora nada por lá morreu. Fazes muita falta, querido primo, para acertares as contas de São Bento. Quinze, noves fora, seis, e vão... todos para Bruxelas deitar contas à vidinha...

quinta-feira, julho 18, 2002

"Três” é o número que Deus fez


Vá lá a gente conceber um, só!... E só um para quê? Pelo menos mais outro... um. Assim já são dois... uns. Um e dois são primos. O povo, que nem precisa de ir à escola para perceber a sofisticada matemática das uniões naturais, intui que quanto mais primo, mais lhe arrimo”: - não há dois sem três. E como continuam primos, redondamente divisíveis por si e pela unidade, os primeiros três números são a sagrada família primordial que rompeu a inconsequente virgindade eterna. Só um Deus poderia de tal sorte tirar os três à solidão. O “quatro” é o primeiro número humano: abandonou o círculo divino para se tornar divisível por um, por si e... por mais. Anda o homem, o “quatro”, condenado a conceber a quadratura do círculo: - tirar os três a toda a gente, mas ficar sempre com umas sobras para o que der e vier nos quatro cantos da casa, a mais redutora metáfora do universo que o ser humano inventou.